Facebook vai dar um milhão de dólares a cinco administradores de grupos



Aproximar as pessoas, estreitar
laços e apoiar a criação de grupos
e comunidades: é esta a nova
estratégia do Facebook apresentada
hoje em Londres, depois de ter
anunciado que vai reforçar o
enfoque nas interações entre a
família e os amigos em detrimento
dos conteúdos noticiosos São 10
milhões de dólares, cerca de 8,1
milhãoes de euros, para estimular a
criação de comunidades no
Facebook. Depois de Mark
Zuckerberg ter anunciado que a
nova estratégia da empresa
passava por dar primazia às
“interações sociais significativas”,
foi hoje anunciado a criação do
programa “Facebook Community
Leadership”, que pretende investir,
através de subsídios, em pessoas
que estão a construir comunidades
nesta rede social.


A criação deste novo programa,
anunciado por Chris Cox entre os
300 líderes de várias comunidades
e os jornalistas reunidos em
Londres no encontro chamado
Communities Summit Europe, é uma
forma de reforçar a aposta na ideia
de que a rede social deve atuar em
prol da sociedade, apoiando
iniciativas meritórias que façam
diferença na vida das pessoas. Os
subsídios serão adjudicados
diretamente para os utilizadores que
estão a criar e a liderar
comunidades dentro da rede social.

“O Facebook começou como um
serviço de uma comunidade, são as
raízes do onde viemos”, sublinhou
Chris Cox, Chief Product Officer na
empresa. “2017 foi um ano muito
difícil para o Facebook, colocaram-
nos muitas questões sobre o nosso
papel na sociedade e o nosso papel
no jornalismo. Estamos
determinados a remover este
conteúdo mau da nossa plataforma,
transformando-a num lugar seguro
para todos, e por outro lado,
acentuar as coisas boas que estão
a acontecer”. Coisas como os
grupos e as comunidades. Chris
anunciou que está a introduzir
novas ferramentas para
administradores de grupos e a
expansão da equipa de engenharia
localizada em Londres que
desenvolve tecnologia para ajudar a
manter as pessoas seguras.

D.R.

A expansão das fake news e da
propaganda, que encontraram
terreno fértil dentro das redes
sociais, os problemas do clickbait e
de bolhas de desinformação são
preocupações crescentes para o
Facebook, e esta é a resposta:
regressar às bases.
Como foi hoje anunciado, foi
reforçado o trabalho de engenharia
na segurança da comunidade, um
problema que o Facebook está a
levar muito a sério. O objetivo é
encontrar e parar contas falsas e
“trabalhar no sentido de garantir
que o Facebook é uma comunidade
de pessoas que podem conectar-se
de forma autêntica com pessoas
reais”, proteger as pessoas contra
situações de assédio e de fraude
ao construir melhores ferramentas
para identificar essas situações e
melhorar formas de reportar
conteúdo indesejado.
Mark Zuckerberg, debaixo de fogo
nos media depois de ter anunciado
que a rede social passaria a dar
primazia aos conteúdos da família
e dos amigos em detrimento dos
conteúdos noticiosos, não esteve
presente no evento. Na semana
passada, o fundador anunciou que
a empresa passaria a promover as
notícias locais, dando privilégio à
proximidade para destaque dos
conteúdos no newsfeed.

D.R.

APROXIMAR AS PESSOAS
Nicola Mendelsohn, vice-presidente
do Facebook para a Europa, abriu o
evento contando uma história
pessoal. Nicola partilhou que vive,
desde 2016, com um linfoma
folicular, um cancro de
desenvolvimento lento. “Dois
meses depois de ter sido
diagnosticada acabei por ir procurar
no Facebook se existia alguém
nesta situação. Encontrei um grupo,
que contactei e que é hoje a
comunidade mais importante na
minha vida. É um grupo que me
apoia e que me compreende, um
grupo onde encontrei um terreno
comum que eu esperava não ter de
conhecer, mas que me ajuda todos
os dias.” Estimular as coisas que
“são realmente importantes para os
utilizadores”, como a saúde, o bem-
estar, as paixões e relações de
proximidade e vizinhança são pois
o novo enfoque do Facebook,
esforçaram-se por sublinhar todos
os oradores em nome da empresa
que é hoje a maior “nação” do
mundo.

COMO FUNCIONARÁ O PROGRAMA?
O programa traduz-se em
oportunidades de residência e
fellowship e disponibiliza formação,
apoio e fundos para os líderes das
comunidades em todo o mundo.

Serão escolhidos até cinco líderes
que formarão a comunidade de
líderes residentes e premiados
cada um com até um milhão de
dólares para financiar as suas
propostas. E serão selecionados
até 100 líderes para o programa de
fellowship, que irão receber até 50
mil dólares cada para serem
utilizados em iniciativas específicas
da comunidade. As candidaturas
para residência e fellowship já
estão abertas. É possível consultar
mais informações ou apresentar
candidaturas no site
communities.fb.com.

Comentários